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Sobre a recente visita da ASAE e da AT ao RDA69

Na sexta-feira de 29 de Janeiro recebemos uma estranha visita. Seis agentes da polícia municipal, mais seis outras pessoas que tardaram em identificar-se como inspectores da ASAE e da Autoridade Tributária entraram sem pedir licença na nossa garagem. Este encontro extravagante durou cerca de uma hora e meia, durante o qual nos pediram vários dados e documentos, a maior parte deles públicos no registo nacional de pessoas colectivas. Não nos foi nunca mostrado um mandado que justificasse tal invasão de um espaço que não é público.

Quando por fim abandonaram a nossa sede, deixaram-nos duas notificações, uma delas refere o Clube Recreativo dos Anjos (que como a maior parte de vós deve saber existe e não se encontra no Regueirão dos Anjos). Mais uma vez várias das informações e documentos pedidas por estas notificações são de acesso público.

Pelo que percebemos, não foi uma acção que se tenha restringido à nossa associação, mas que também assaltou vários cafés na Rua de Arroios e algumas outras associações do bairro.

Não é a primeira vez que a Recreativa dos Anjos e os seus associados são importunados pelas autoridades policiais.  Temos já encetado um processo de diálogo com a CML, a partir de um pedido de reunião que fizemos justamente por termos visitas frequentes de agentes da polícia municipal, sempre com a mesma regular e estranha curiosidade desinformada. Pensámos, talvez, que o melhor é esclarecer as dúvidas de uma vez por todas. Afinal, há formas mais simples, menos autoritárias, de se aceder aos estatutos de uma associação ou, até quem sabe, a uma explicação mais detalhada dos vários projectos que decorrem no nosso espaço.

A súbita atenção concedida às associações desta freguesia parece-nos estranha. Ainda para mais quando são estas a garantir lugares de encontro e de convívio, soluções colaborativas e trocas informais; a resposta possível que muita gente encontrou para a precariedade, desemprego e austeridade dos últimos anos.

Uma centena de pessoas juntou-se em poucos minutos à nossa porta na Sexta-Feira. De tanto estarmos enfiadas naquela garagem, nos surpreendemos por aquilo que se faz ali e que aquilo representa ser importante para tantos outros. Foi essencial a presença de todos, lá, nas redes sociais ou por SMS.

Temos força enquanto nos mantivermos juntos e atentos, a dar densidade à vastidão de relações que fomos criando com o tempo.

rda