Movimento cívico, democracia directa, desobediência civil, participação activa. Toda uma panóplia de conceitos que voltam à luz do dia, por via das indignações europeias ou das primaveras árabes.
No dia 4 de Maio de 1961, 6 anos depois da célebre tomada de posição de Rosa Parks, e alguns meses após a decisão do Supremo Tribunal de banir a segregação racial nos restaurantes e salas de espera dos terminais de autocarros em todo o país, sai de Washington o primeiro dos autocarros que ficaram conhecidos como Freedom Riders. Grupos de estudantes, brancos e pretos, nos mesmos autocarros que desafiavam o sul racista onde a lei de um tribunal pouco podia contra a herança da guerra da secessão. Não era sequer um acto de desobediência civil, no sentido em que a lei já estava alterada. Era apenas uma forma de dar visibilidade a uma injustiça clara, contínua e desumana. A oposição foi forte, autocarros incendiados, espancamentos brutais, e apesar da legalidade do acto em si, quase todos conheceram pela primeira vez a prisão.
É apenas um exemplo, como tantos outros poderiam ser enunciados, de quando a sociedade civil tentar ter uma voz activa na mudança. Dia 15 de Outubro há uma nova chamada para a rua, e a um mês dessa chamada queremos discutir essa influência que podemos ter, a melhor forma de a abordar, o posicionamento em relação ao activismo cívico e a nossa capacidade de mobilização. Convidamos assim todas as organizações que subscreveram o manifesto do 15 de Outubro, bem como todos os que pensem ou não participar nesta próxima tentativa de trazer a democracia para a rua, a ver o filme e a debater todas as questões sobre os movimentos cívicos que têm vindo à tona nestes últimos meses.
Será também projectado o filme Freedom Riders produzido pela cadeia de televisão pública americana PBS, sobre o movimentos dos direitos civis dos anos 60 nos Estados Unidos.
http://en.wikipedia.org/wiki/Freedom_riders
Filme mais jantar – 20h
Debate – 22h