O Book bloc no RDA é uma discussão quinzenal de textos e temas que tem como base um ou mais documentos propostos anteriormente. Normalmente só uns quantos é que se dão ao trabalho de ler os textos mas isso nunca impediu ninguém de ir lá mandar bojardas à toa.
19h – Conversa
21h – Jantar & Convívio
22h – “Lavorare con lentezza” (Guido Chiesa, 2004)
“Se o observamos de facto com os olhos do militante e do ideólogo, o movimento de 77 foi o campo de batalha de linhas políticas ferozmente adversas – militaristas algumas, pacifistas outras. Organizações de diversa natureza – algumas feitas para a guerra, outras feitas para a paz – disputaram entre si o espaço político no seu interior.
Mas se o observamos do exterior (por assim dizer: da cara que revelou de si), ou se observamos, para além do confronto, a convivência de tendências de diferentes naturezas e as próprias biografias dos companheiros, vemos que, para lá dos vetos e das prescrições categóricas, que deslizam de um papel ao outro, que misturam e combinam histórias e experiências normalmente incompatíveis, então damo-nos conta de que o movimento destes anos, na Itália como na Europa, combinou intimamente, de modo contínuo e sistemático, iniciativa legal e ilegal, violenta e não violenta, de massas e de pequenos grupos, movendo-se ora segundo as leis do Estado de paz, ora do Estado de guerra: esta combinação não foi uma prerrogativa de uma organização, mas atravessou todas elas, superando-as e impondo a convivência de momentos organizativos diversos no interior de um mesmo sujeito social.
Esta característica, esta capacidade de combinar paz e guerra, de desenvolver uma iniciativa ofensiva sem produzir soldados, não só construiu a força do movimento como, em geral, é o elemento central da sua natureza comunista e subversiva.”
“Em contraste com 1968 e o movimento operaísta, os activistas de 1977 rejeitavam todas as elites políticas e não procuravam estabelecer outras novas. O impulso autónomo do movimento de 77 permitia-lhe escapar das formas tradicionais de organização, como partidos políticos ou sindicatos, e sobreviver sem manifestos ou lideres. Pelo contrário, o movimento agrupava uma miriade de interesses individuais, em pé de igualdade, formando uma rede que não era de todo homogénea. Foi precisamente esta teia aberta e indefinível de relações que tornou possível que grupos individuais cooperassem sem abandonar as suas identidades específicas.”
EM PORTUGUÊS:
https://spectrumzx.wordpress.com/2008/12/21/viver-com-a-guerrilha/
EM CASTELHANO:
http://www.traficantes.net/index.php/editorial/catalogo/otras/el_movimiento_del_77
EM INGLÊS:
(http://www.springerin.at/dyn/heft_text.php?textid=1971&lang=en%3D
http://libcom.org/library/20-generation-year-nine-youth-revolt-movement-77
http://libcom.org/history/1977-the-bologna-uprising