Em meados de 2010, um grupo de pessoas juntou-se para abrir um centro social. A ideia era ter um espaço onde organizar actividades diversas, que, simultaneamente, constituísse uma infraestrutura logística de diferentes valências. Assim nasceu o RDA69.
Cantina, ciclo-oficina, biblioteca, oficina de computadores, espaço de projecção de vídeo, performance e concertos, estúdio de som, estes são exemplos do que foi sendo e continua a ser feito.
Localizado num armazém sem janelas no Regueirão dos Anjos, o espaço exterior em frente à associação foi sempre utilizado, com mesas e cadeiras e outro equipamento, incluindo um estacionamento para bicicletas. Procurando trazer cor e vida para uma cidade de betão, foram instalados canteiros em frente ao RDA, com plantas e árvores diversas.
Percebemos cedo como os poderes públicos lidam mal com este tipo de gestos. Não importa o interesse comum, colectivo, de quem habita o espaço. Importa, sim, garantir que está tudo no seu devido lugar, e este corresponde ao que os interesses que dominam a CML e as Juntas determinam.
Estávamos em 2015 quando, sem que nada o fizesse prever, a JFA ameaçou o RDA com a destruição dos canteiros e a retirada do estacionamento de bicicletas.

Para resumir uma história de prepotência falhada, dir-se-á apenas que a Junta acabou a aprovar um projecto que, não só manteve os canteiros e o estacionamento, como os ampliou.
Isto aconteceu com a intervenção da CML e da ANSR (Autoridade Nacional Segurança Rodoviária), tendo a situação se concluído com a formalização de um protocolo, onde se estabeleceu a instalação de estacionamento de bicicletas (a cargo da CML) e a manutenção e alargamento dos canteiros existentes.
Anos mais tarde, em 2022, com outra cor política na Junta e na CML, foram retirados do RDA os canteiros móveis que tinham sido instalados sem qualquer pré-aviso ou justificação. Meses antes, em virtude das obras no prédio ao lado do RDA, já tinha sido retirado parte do estacionamento de bicicletas.

Apesar de contactadas, nunca a CML ou a Junta souberam esclarecer a situação, declarando nada saber do assunto.
Neste contexto, em 2023, reinstalámos os canteiros do modo que tinha sido previsto no dito protocolo.

Passaram quase dois anos e hoje de manhã, bem cedo, uma equipa da CML liderada pelo Sr. Diogo Neves (Unidade de Coordenação Territorial) foi destruir e retirar alguns dos canteiros instalados, bem como o que restava do estacionamento de bicicletas.
Mais uma vez, tudo aconteceu sem pré-aviso ou qualquer justificação.
Confrontado no momento por um associado do RDA, o Sr. Diogo Neves disse que estava a cumprir ordens, não tendo mais nada a acrescentar.
Tal como quando o portão e a fachada do RDA foram pintados por serviços da CML há umas semanas, destruindo murais e deixando tinta em cima das plantas e árvores.

Contra o seu próprio programa para a cidade, que promove os espaços verdes e solos permeáveis, uma mobilidade sustentável e lógicas associativas, a CML destrói canteiros e retira estacionamentos de bicicletas que não traziam nenhum incómodo nem prejuízo, atacando de forma desleal e ilegalmente uma associação de bairro e os seus associados.
Comunicando agora o sucedido, queremos deixar-vos o convite para uma reunião no próximo dia 19, às 18h30 no RDA, para discutir os passos seguintes e como responder à CML.